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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A RODA DO ANO NAS TRADIÇÕES PAGÃS

São oito Festivais sazionais pagãos, sendo quatro de origem Celta e quatro adaptados por influências de outras tradições místicas, como a gaélica e germânica.
Podemos celebrar com beleza e simplicidade todos os festivais, ou se preferir, os que lhe agradar mais.
E estas celebrações podem ser em família ou amigos fazendo uma refeição, pode ser com velas ou mesmo passando momentos a sós.
Os motivos que importam nestes Festivais são a sua sintonia com a Roda do Ano, baseados com as quatro estações do ano, sentindo e entendendo o ciclo da vida.
A Natureza cria a vida  e a Roda do Ano simplesmente anuncia a chegada das fases, os momentos das mudanças necessárias no ciclo da vida. Não foi o Homem quem criou estas datas, e sim a Mãe Natureza.
O que já é um bom motivo para celebrarmos essas datas!
Alguns bruxos e bruxas comemoram a Roda do Ano pelo Hemisfério Norte, outros pelo Hemisfério Sul, pois a Roda marca os ciclos da Natureza. Porém, bruxas e bruxos do Brasil costumam utilizar as datas correspondentes ao Hemisfério Sul.

RODA  DO ANO WICCA

02 de Fevereiro –
Lammas /Lughnash(H. Sul)
Candlemas / Imbolc (H.Norte)

21 de Março – Mabon/ Equinócio de Outono (H. Sul)
Equinócio da Primavera/ Ostara (H. Norte)

01 de Maio – Samhain (H. Sul)
Beltane (H. Norte)

21 de Junho – Yule / Solstício de Inverno (H. Sul)
Litha/ Solstício de Verão (H.Norte)

01 de Agosto – Candlemas/ Imbolc (H.Sul)
Lammas/ Lughnasadh (H. Norte)

22 de Setembro – Equinócio da Primavera /Ostara (H.Sul)
Mabon/ Equinócio de Outono (H. Norte)

31 de Outubro- Beltane (H.Sul)
Samhain (H. Norte)


21 de Dezembro – Litha/ Solstício de Verão (H. Sul)
Yule / Solstício de Inverno (H.NORTE)

Fonte: Casa da bruxa; STUM; Blog Mago Dam

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

OS ARQUÉTIPOS FEMININOS NAS DEUSAS DO OLIMPO - DEUSA PERSÉFONE

Para os gregos, Perséfone era a Rainha distante do Mundo Averrnal(relativo ao Inferno), que vigiava as almas dos falecidos. Mas, para os romanos, ela era conhecida também como a virgem, donzela, Core, associada com os símbolos de fertilidade: romã, o grão, o milho, e ainda, com o narciso, a flor que a atraiu.
Seu sequestro realizado por Hades e sua descida ao mundo infernal, é a história mais conhecida de toda a mitologia grega. Embora Perséfone não fosse um dos doze deuses olímpicos, foi a figura central nos Mistérios de Elêusis, que por dois mil antes do cristianismo foi a principal religião dos gregos. Nos Mistérios de Elêusis os gregos experienciaram a renovação da vida depois da morte através da volta anual de Perséfone do Inferno.

MITOLOGIA
Perséfone foi a filha única de Deméter e Zeus. A mitologia grega é incomumente silenciosa quanto às circunstâncias de sua concepção.
No início do mito, Perséfone era uma garota despreocupada que colhia flores e brincava com suas amigas. Então Hades apareceu repentinamente em sua carruagem por uma abertura da terra, pegou a jovem à força e a levou de volta para o Inferno, a fim de ser sua noiva contra a vontade. Sua mãe, Deméter, não aceitou a situação, deixou o monte Olimpo, persistiu em conseguir o retorno de Perséfone, e finalm
ente forçou Zeus a considerar seus desejos. Zeus então enviou Hermes, o deus mensageiro, para ir buscar Perséfone.
Hermes chegou ao Inferno e encontrou a jovem desolada. Mas seu desespero tornou-se alegria quando descobriu que Hermes tinha vindo por sua causa e Hades a deixaria partir. Antes que ela o deixasse, contudo, Hades lhe deu algumas sementes de romã, e ela comeu. Então entrou na carruagem com Hermes, que a levou rapidamente para Deméter.
Depois de mãe e filha se abraçarem alegremente, Deméter ansiosamente indagou se ela tinha comido alguma coisa no Inferno. Perséfone respondeu que havia comido sementes de romã porque Hades a tinha forçado a comê-las (o que não era verdade). Deméter teve que aceitar a estória e o padrão cíclico que se seguiu. Não tivesse Perséfone comido as tais sementes, teria sido completamente devolvida a Deméter. Entretanto, passou a ser obrigada a permanecer por um terço do ano.
Mais tarde, Perséfone tornou-se a Rainha do Inferno. Todas as vezes que os heróis e heroínas da mitologia grega desciam para o reino inferior, Perséfone lá estava para recebê e ser sua guia. Nunca estava ausente para ninguém. Nunca havia sinal na porta dizendo que ela fora para casa com a mãe, embora o mito diga que ela fazia isso dois terços do ano ao lado de Hades..
Na “Odisseia”, o herói Odisseu (Ulisses) viajou para o Inferno, onde Perséfone lhe mostrou as almas das mulheres de reputação legendária. No mito de Psique e Eros, a última tarefa de Psique era descer ao mundo das trevas com uma caixa para Perséfone encher de unguento de beleza para Afrodite. O último dos doze trabalhos de Hércules também o levou a Perséfone. Hércules teve que obter a permissão dela para emprestar Cérbero, o feroz cão de guarda de três cabeças, que ele dominou e colocou em uma corrente.
Perséfone também lutou contra Afrodite pela posse de Adônis, o belo rapaz que era amado por ambas as Deusas. Afrodite escondeu Adônis em um baú e o mandou para Perséfone para preservação. Mas, ao abrir o baú, a Rainha do Inferno ficou encantada com sua beleza e recusou entrega-lo de volta. Perséfone agora lutava com outra divindade pela posse de Adônis, como Deméter e Hades outrora tinham lutado por ela. A disputa foi trazida perante Zeus, que decidiu que Adônis passaria um terço do ano com Perséfone e um terce do ano com Afrodite e faria o que quisesse do tempo restante.

O ARQUÉTIPO
Como vimos, Perséfone tinha dois aspectos: o de jovem e o de Rainha do Inferno. De jovem despreocupada, ela se torna a deusa madura, que acaba se tornando Rainha absoluta do Mundo Avernal, governando os espíritos mortos ao lado de seu marido, Hades, Sombrio Senhor da Morte.
Essa dualidade também está presente como dois padrões arquetípicos. Todas nós mulheres podemos ser influenciadas por um dos dois aspectos, podendo crescer um para o outro, ou podemos ser igualmente jovens e rainhas presentes em nossa psique.
Hoje em dia, cada vez mais Perséfones latentes têm buscado a literatura esotérica, as formas alternativas de cura e o que se chama de ensinamentos da Nova Era. Portanto, é oportuno penetrarmos cada vez mais na história velada de Perséfone, rainha do além-túmulo.
O mito tem muito a dizer para as mulheres da atualidade que se esforçam para compreender toda a espécie de intrigantes experiências psíquicas na natureza ou que, de uma forma ou de outra, são atraídas a trabalhar com a morte ou sofreram grandes tragédias pessoais em suas vidas.
Compreender o significado da descida de Perséfone e sua ligação espiritual é particularmente urgente. Milhares de mulheres (e muitos homens também) estão atualmente descobrindo um talento mediúnico. Além disso, ninguém pode deixar de perceber a febre de entusiasmo pela metafísica, pelo tarô, pela astrologia, pelas curas espirituais e pela meditação, tudo isso, vagamente agrupado sob o estandarte genérico da Nova Era.
Joseph Campbell, que já foi inigualável autoridade em mito e religião, sugeriu que o despontar generalizado da consciência de Perséfone seria parte de um “crepúsculo dos deuses”.
Entretanto, devemos ter consciência, que viver boa parte da vida “entre os mortos”, pode exercer pressão sobre qualquer pessoa de temperamento mediúnico, especialmente quando estas experiências forem erroneamente interpretadas ou temidas, como costuma ser o caso.
O mundo avernal (infernal) é essencialmente um mundo de espíritos e como tal, carece de ardor, afeição e se dissocia do que chamamos de realidade. A maneira de um médium lidar com este domínio de existência e com suas ameaças de dissociação psíquica, constitui, portanto, um desafio sem igual.
O segredo está em abraçarmos o lado escuro com o lado luminoso desta deusa dentro de nós. Como já disse o velho alquimista Morienus:” O portal da paz é sobremaneira estreito,e ninguém poderá atravessa-lo senão pela agonia de sua própria alma.”

O MITO ORIGINAL
Perséfone é a donzela do Renascimento e da Regeneração identificada com a Lua, a Primavera, as Serpentes e o Mundo Subterrâneo.
Como Deusa Mãe, Demeter engendra a sua filha (Perséfone) junto com a criação simbolizada na Primavera e na Agricultura. Ambas vivem juntas colocando em marcha os ciclos da vida cósmica, vegetal, animal e humana. Depois de educar e iniciar sua filha, Deméter, em sua ausência, assume seu aspecto sombrio de deusa outonal. Neste momento, ela torna-se uma anciã sábia oculta nas raízes das ervas curativas, se refugiando debaixo da terra e dentro de covas, até que o ciclo da vida se complete.
É somente com o retorno de sua filha do Mundo Avernal, e isso acontece na Primavera, é que a Mãe também volta para povoar o mundo e a vida adormecida nasce sobre a terra. As plantas florescem, as árvores dão frutos e os animais procriam. Já os humanos participam deste retorno expressando sentimentos de amor, amizade e solidariedade.
No Mito de Deméter-Perséfone visualizamos o símbolo tardio da Virgem Maria frente a seu filho crucificado (cena encontrada no filme americano “A Paixão de Cristo”), que segue ressonando na consciência das pessoas. Não existe nada mais doloroso que chorar a morte de um filho ou uma filha.
Tanto o nosso mito grego, como o cristianismo exaltam a morte injusta e a dor materna como arquétipo de amor sublime e abnegado. Entretanto, Deméter-Perséfone, nos falam de uma concepção sagrada, onde a vida e a morte fazem parte de um mesmo processo. Ambas não estão dualizadas e não funcionam como irreconciliáveis. A morte natural como a vida é uma experiência de transformação, iluminação e amadurecimento que abarcam dimensões espirituais, psicológicas e culturais das pessoas.

Fontes: Artigo de Rosane Volpatto; Blog Mistério das Deusas; Somos Todos Um, Feminino Essencial; Mitologia Grega,
OS ARQUÉTIPOS FEMININOS NAS DEUSAS DO OLIMPO - DEUSA PERSÉFONE

Para os gregos, Perséfone era a Rainha distante do Mundo Averrnal(relativo ao Inferno), que vigiava as almas dos falecidos. Mas, para os romanos, ela era conhecida também como a virgem, donzela, Core, associada com os símbolos de fertilidade: romã, o grão, o milho, e ainda, com o narciso, a flor que a atraiu.
Seu sequestro realizado por Hades e sua descida ao mundo infernal, é a história mais conhecida de toda a mitologia grega. Embora Perséfone não fosse um dos doze deuses olímpicos, foi a figura central nos Mistérios de Elêusis, que por dois mil antes do cristianismo foi a principal religião dos gregos. Nos Mistérios de Elêusis os gregos experienciaram a renovação da vida depois da morte através da volta anual de Perséfone do Inferno.

MITOLOGIA
Perséfone foi a filha única de Deméter e Zeus. A mitologia grega é incomumente silenciosa quanto às circunstâncias de sua concepção.
No início do mito, Perséfone era uma garota despreocupada que colhia flores e brincava com suas amigas. Então Hades apareceu repentinamente em sua carruagem por uma abertura da terra, pegou a jovem à força e a levou de volta para o Inferno, a fim de ser sua noiva contra a vontade. Sua mãe, Deméter, não aceitou a situação, deixou o monte Olimpo, persistiu em conseguir o retorno de Perséfone, e finalmente forçou Zeus a considerar seus desejos. Zeus então enviou Hermes, o deus mensageiro, para ir buscar Perséfone.
Hermes chegou ao Inferno e encontrou a jovem desolada. Mas seu desespero tornou-se alegria quando descobriu que Hermes tinha vindo por sua causa e Hades a deixaria partir. Antes que ela o deixasse, contudo, Hades lhe deu algumas sementes de romã, e ela comeu. Então entrou na carruagem com Hermes, que a levou rapidamente para Deméter.
Depois de mãe e filha se abraçarem alegremente, Deméter ansiosamente indagou se ela tinha comido alguma coisa no Inferno. Perséfone respondeu que havia comido sementes de romã porque Hades a tinha forçado a comê-las (o que não era verdade). Deméter teve que aceitar a estória e o padrão cíclico que se seguiu. Não tivesse Perséfone comido as tais sementes, teria sido completamente devolvida a Deméter. Entretanto, passou a ser obrigada a permanecer por um terço do ano.
Mais tarde, Perséfone tornou-se a Rainha do Inferno. Todas as vezes que os heróis e heroínas da mitologia grega desciam para o reino inferior, Perséfone lá estava para recebê e ser sua guia. Nunca estava ausente para ninguém. Nunca havia sinal na porta dizendo que ela fora para casa com a mãe, embora o mito diga que ela fazia isso dois terços do ano ao lado de Hades..
Na “Odisseia”, o herói Odisseu (Ulisses) viajou para o Inferno, onde Perséfone lhe mostrou as almas das mulheres de reputação legendária. No mito de Psique e Eros, a última tarefa de Psique era descer ao mundo das trevas com uma caixa para Perséfone encher de unguento de beleza para Afrodite. O último dos doze trabalhos de Hércules também o levou a Perséfone. Hércules teve que obter a permissão dela para emprestar Cérbero, o feroz cão de guarda de três cabeças, que ele dominou e colocou em uma corrente.
Perséfone também lutou contra Afrodite pela posse de Adônis, o belo rapaz que era amado por ambas as Deusas. Afrodite escondeu Adônis em um baú e o mandou para Perséfone para preservação. Mas, ao abrir o baú, a Rainha do Inferno ficou encantada com sua beleza e recusou entrega-lo de volta. Perséfone agora lutava com outra divindade pela posse de Adônis, como Deméter e Hades outrora tinham lutado por ela. A disputa foi trazida perante Zeus, que decidiu que Adônis passaria um terço do ano com Perséfone e um terce do ano com Afrodite e faria o que quisesse do tempo restante.

O ARQUÉTIPO
Como vimos, Perséfone tinha dois aspectos: o de jovem e o de Rainha do Inferno. De jovem despreocupada, ela se torna a deusa madura, que acaba se tornando Rainha absoluta do Mundo Avernal, governando os espíritos mortos ao lado de seu marido, Hades, Sombrio Senhor da Morte.
Essa dualidade também está presente como dois padrões arquetípicos. Todas nós mulheres podemos ser influenciadas por um dos dois aspectos, podendo crescer um para o outro, ou podemos ser igualmente jovens e rainhas presentes em nossa psique.
Hoje em dia, cada vez mais Perséfones latentes têm buscado a literatura esotérica, as formas alternativas de cura e o que se chama de ensinamentos da Nova Era. Portanto, é oportuno penetrarmos cada vez mais na história velada de Perséfone, rainha do além-túmulo.
O mito tem muito a dizer para as mulheres da atualidade que se esforçam para compreender toda a espécie de intrigantes experiências psíquicas na natureza ou que, de uma forma ou de outra, são atraídas a trabalhar com a morte ou sofreram grandes tragédias pessoais em suas vidas.
Compreender o significado da descida de Perséfone e sua ligação espiritual é particularmente urgente. Milhares de mulheres (e muitos homens também) estão atualmente descobrindo um talento mediúnico. Além disso, ninguém pode deixar de perceber a febre de entusiasmo pela metafísica, pelo tarô, pela astrologia, pelas curas espirituais e pela meditação, tudo isso, vagamente agrupado sob o estandarte genérico da Nova Era.
Joseph Campbell, que já foi inigualável autoridade em mito e religião, sugeriu que o despontar generalizado da consciência de Perséfone seria parte de um “crepúsculo dos deuses”.
Entretanto, devemos ter consciência, que viver boa parte da vida “entre os mortos”, pode exercer pressão sobre qualquer pessoa de temperamento mediúnico, especialmente quando estas experiências forem erroneamente interpretadas ou temidas, como costuma ser o caso.
O mundo avernal (infernal) é essencialmente um mundo de espíritos e como tal, carece de ardor, afeição e se dissocia do que chamamos de realidade. A maneira de um médium lidar com este domínio de existência e com suas ameaças de dissociação psíquica, constitui, portanto, um desafio sem igual.
O segredo está em abraçarmos o lado escuro com o lado luminoso desta deusa dentro de nós. Como já disse o velho alquimista Morienus:” O portal da paz é sobremaneira estreito,e ninguém poderá atravessa-lo senão pela agonia de sua própria alma.”

O MITO ORIGINAL
Perséfone é a donzela do Renascimento e da Regeneração identificada com a Lua, a Primavera, as Serpentes e o Mundo Subterrâneo.
Como Deusa Mãe, Demeter engendra a sua filha (Perséfone) junto com a criação simbolizada na Primavera e na Agricultura. Ambas vivem juntas colocando em marcha os ciclos da vida cósmica, vegetal, animal e humana. Depois de educar e iniciar sua filha, Deméter, em sua ausência, assume seu aspecto sombrio de deusa outonal. Neste momento, ela torna-se uma anciã sábia oculta nas raízes das ervas curativas, se refugiando debaixo da terra e dentro de covas, até que o ciclo da vida se complete.
É somente com o retorno de sua filha do Mundo Avernal, e isso acontece na Primavera, é que a Mãe também volta para povoar o mundo e a vida adormecida nasce sobre a terra. As plantas florescem, as árvores dão frutos e os animais procriam. Já os humanos participam deste retorno expressando sentimentos de amor, amizade e solidariedade.
No Mito de Deméter-Perséfone visualizamos o símbolo tardio da Virgem Maria frente a seu filho crucificado (cena encontrada no filme americano “A Paixão de Cristo”), que segue ressonando na consciência das pessoas. Não existe nada mais doloroso que chorar a morte de um filho ou uma filha.
Tanto o nosso mito grego, como o cristianismo exaltam a morte injusta e a dor materna como arquétipo de amor sublime e abnegado. Entretanto, Deméter-Perséfone, nos falam de uma concepção sagrada, onde a vida e a morte fazem parte de um mesmo processo. Ambas não estão dualizadas e não funcionam como irreconciliáveis. A morte natural como a vida é uma experiência de transformação, iluminação e amadurecimento que abarcam dimensões espirituais, psicológicas e culturais das pessoas.

Fontes:  Artigo de Rosane Volpatto; Blog Mistério das Deusas; Somos Todos Um, Feminino Essencial; Mitologia Grega,

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ATENA, DEUSA e ARQUÉTIPO DA RAZÃO


Atena é a “filha do Pai”, não teve mãe, nem infância, é o braço direito do pai, sendo assim defensora do Patriarcado. Sua grande ferida é exatamente a perda do contato com a maternidade e vivenciar a sensualidade de modo distante. Ela também é uma deusa virgem, nunca quis ter um companheiro. Ligada ao pensamento, é guerreira, prática, independente, da ação, é ar

gumentadora. Na mulher identificada com esta deusa, percebemos saber, coragem, inteligência, e criatividade. Profissionalmente é bem sucedida, incansável, assume suas responsabilidades e empreendimentos.
A deusa Atena, tão bem representada na modernidade, é encontrada nos escritórios de grandes empresas e em universidades, sempre impecável e formal em sua aparência, sociável e inteligente. É o arquétipo da mulher bem realizada profissionalmente, antenada às questões de seu tempo. Uma mulher regida pela deusa Atena é uma guerreira incansável, sempre em busca de causas nobres para defender e de injustiças sociais para combater.
O mito conta a sua história como tendo nascido da “cabeça” de seu pai Zeus, o deus do Olimpo, o que explica porque Atena é uma deusa intelectual, racional, além de sempre ligada ao pai ou às questões patriarcais de nossa sociedade. Analisando a deusa como um arquétipo feminino, vemos que ela tem por característica a independência e a autonomia.
Além disso Atena é sempre uma companheira fiel e leal. Isso coloca a mulher, às vêzes, numa posição difícil quanto aos relacionamentos afetivos, porque sempre vê, no companheiro, um amigo, um pai ou um colega. O papel de amante lhe é desconfortável. Não sabe vibrar na energia do amor erótico ou maternal, apenas no fraternal. Sua couraça de guerreira parece que a protege dos envolvimentos mais ardorosos e da entrega sensual ou afetiva..
Atena é uma deusa cultuada em toda a Grécia e é a padroeira de Atenas, sua capital, por seu espírito de camaradagem ao lado dos homens, seja nos negócios, na política ou na educação. Por isso é considerada uma deusa da “pólis”, ou seja, urbana e cultural. A mulher-Atena hoje é capaz de ser uma excelente política, organizadora social ou empresarial, administradora ou pesquisadora. Seu espírito de luta a coloca sempre na vanguarda, seja em qualquer área da vida social. Sua competência e agudeza da mente racional lhe confere autoridade e superioridade em todos os assuntos.
Sobre isso, a escritora Jean Shinoda Bolen se refere de uma forma bastante significativa. Ela afirma que esse arquétipo feminino, numa sociedade patriarcal, pode levar a alguns equívocos, como a pensar que uma mulher assim, tão independente, pode ser um “macho de saias”. É preciso compreender que uma mulher-Atena se move não por imitação ou competição com o homem, mas conforme atributos que lhes são peculiares. Por exemplo, ela pensa com clareza e é tão batalhadora não porque esteja imitando o modelo masculino, mas porque este é um atributo peculiar à sua energia específica, aquela que deu origem ao mito da deusa Atena.
Numa época de grandes mudanças culturais na Grécia antiga, o povo grego compreendeu que necessitava do símbolo representado por uma Mãe cultural, em oposição à antiga Mãe natural (Deméter), mais ligada à vida agrária e próxima da natureza. Enquanto Mãe cultural, Atena satisfazia a necessidade de coesão social dos primeiros povos da “polis” (Estado) e dava-lhes consciência de seus deveres morais como Mãe do Estado (metrópolis = mater-polis).
Talvez esse anseio por uma mulher idealizada tenha surgido, para o povo grego, em decorrência do lastimável estado das mulheres na sociedade, após o advento do patriarcado. Em sua maioria eram destinadas ao papel de mães, escravas ou prostitutas, nunca líderes ou intelectuais. A poetisa Safo foi uma exceção a essa norma.
Em nossa época, vemos a emergência desse arquétipo inconsciente em grande número de mulheres, dando origem a manifestações coletivas pela emancipação feminina. Acreditamos que o movimento feminista na década de 70 em todo o mundo tenha sido liderado por mulheres com essas características.
Atena, arquetipicamente falando, é uma “virgem”, no sentido primitivo do termo, que significa uma mulher sem homem. Este termo foi deturpado mais tarde pela interpretação religiosa, que o relacionou à falta de experiência sexual da mulher, mais especificamente, por um detalhe anatômico. A libido de uma mulher-Atena é muito direcionada para a mente, restando à sua sexualidade relativamente pouco interesse ou desembaraço. Por não investir muito na consciência corporal, ela poderá vir a sofrer de uma certa frieza no sexo e de distúrbios ginecológicos, como infecções, tumores ou problemas menstruais. Mesmo assim ela tende a negar e a ver tudo isso como distúrbios puramente orgânicos.
Isso se deve à sua excessiva identificação com o pai (ou aos princípios paternos), desvalorizando a imagem da mãe, com suas questões domésticas e maternais. Aliás, tudo que uma mulher-Atena deseja é não parecer com a mãe. Mas, se por um lado, ela pode vir a ser uma filha zelosa e obediente ao pai, poderá também vir a se insurgir contra ele e tornar-se sua inimiga mortal, caso constate nele a ausência daqueles princípios que tanto preza, como a honra, a dignidade, a lealdade, a sabedoria, a sensatez, etc. Quando uma mulher-Atena não encontra esses atributos em seu pai biológico ou no Pai cultural (governantes, chefes, autoridade), ela se sente traída e pode se transformar numa feroz revolucionária.
A identificação de uma mulher com a energia de Atena pode se transformar num sintoma, caso ela não trabalhe suas emoções e não permita a emergência em si dos outros arquétipos representados pelas outras deusas. Desse modo ela está condenada a voltar sua energia infindavelmente para a cabeça, comprometendo a consciência dos outros aspectos da sua existência. Portanto, aquilo do qual Atena está mais distante - de sua mãe - é do que ela mais precisa. Uma Atena ferida pela falta do amor maternal pode se transformar numa Atena enfurecida, radical e agressiva, como existem tantos testemunhos na história do feminismo.
(Por Mani Alvarez, Psicanalista de orientação transpessoal e co-criadora da Oficina das Deusas)

Fontes: STUM, TEIAS.COM, Blog Caminho da Deusa, Teias.com, RODA DE MULHERES.ORG, Imagem Editada do Google